sábado, 12 de junho de 2010

PMDB oficializa acordo com PT e reforça chapa de Dilma...


Por Fernando Exman

BRASÍLIA (Reuters) - Uma ala do partido até tentou. Mas a ampla maioria dos delegados do PMDB aprovou no sábado a proposta de aliança da legenda com o PT na eleição presidencial de outubro e formalizou a indicação de Michel Temer para a vaga de vice na chapa da petista Dilma Rousseff.

O PMDB, que realizou convenção nacional em Brasília, dará vantagens comparativas a Dilma em relação aos seus adversários. Além de mais tempo para a propaganda gratuita de rádio e TV, reforçará os palanques regionais da petista e brindará sua campanha com uma militância capilarizada por todo o país.

Maior partido do Brasil, o PMDB tem as maiores bancadas de senadores e deputados federais. Assim, se a petista vencer, ela pode ter de cara uma base de sustentação mais sólida no Congresso.

"Sei que terei a oportunidade, ao lado dos companheiros do PMDB, de participar de um dos mais brilhantes governos que se instalará neste país", discursou Temer a um auditório lotado por cerca de 1.200 pessoas, segundo a assessoria do partido.

O presidente do PMDB foi o porta-voz do apetite do partido, que é frequentemente acusado de praticar fisiologismo na política. "O PMDB não será coadjuvante. O PMDB será protagonista principal, ator principal... vamos ter uma presença como parceiro neste (futuro) governo."

Por outro lado, ele também destacou a intenção da legenda de participar da elaboração do programa de governo e da coordenação da campanha. "O PMDB não está fazendo um ajuntamento de pessoas. O PMDB está fazendo um ajuntamento de ideias."

AFAGOS

Dilma adentrou a convenção sob aplausos e gritos de "Olê, olê, olê, olá; Dilma, Dilma." Na mesma hora, foi estendida uma faixa com a foto de Dilma e Temer juntos ao fundo do palco.

Ela fez ataques à oposição e pregou a continuidade das políticas do governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos prosseguir realizando todas as conquistas do governo do presidente Lula," afirmou Dilma.

Houve espaço também para uma troca de afagos entre os colegas de chapa. A ex-ministra da Casa Civil disse que Temer "sintetiza a força democrática" do PMDB. Já o deputado elogiou a capacidade de gestão da candidata.

"Desde o primeiro encontro disse: 'que coisa extraordinária é a competência dessa ministra".

DIVISÕES

Apesar do histórico de disputa acirradas, guerra de liminares e até brigas físicas, a convenção nacional do PMDB ocorreu em clima pacífico. Isso, porém, não quis dizer ausência de divisões e a organização do evento preferiu não correr riscos. Amarrou todas as cadeiras umas às outras para tentar evitar que elas fossem arremessadas em eventuais desentendimentos.

Foram apurados os votos de 473 delegados. De um total de 660 votos -alguns delegados têm direito a mais de um voto, dependendo dos cargos eletivos e na direção do partido que acumulam- a aliança com o PT e indicação de Temer para vice recebeu 560 votos.

A intenção do ex-governador do Paraná Roberto Requião de se candidatar à Presidência pelo partido teve 95 votos, enquanto que Antonio Pedreira obteve quatro. Poucos foram os votos brancos e nulos.

Além da ala que defendeu a candidatura própria, peemedebistas dissidentes apoiam o presidenciável do PSDB, José Serra.

O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia e o senador Jarbas Vasconcelos (PE), dois dos principais defensores da candidatura Serra dentro do partido, não compareceram à convenção.

(Reportagem adicional de Bruno Peres e Maria Carolina Marcello)

Fonte: O Globo

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