quarta-feira, 21 de julho de 2010

E a escalada da inflação que ia salvar Serra deu chabu...

Desde o início do ano, este modesto blogueiro vinha avisando aqui que as tais “pressões inflacionárias” com que o “mercado” e a grande maioria dos jornalistas e analistas econômicos aterrorizavam o país eram inconsistentes e que visavam um jogo político que forçava, de um lado, a elevação de seus ganhos com a fixação de taxas de juros mais altas pelo Banco Central – o que conseguiram, em parte – e a criação de um clima de insegurança econômica que ajudasse a eleição de Serra.

Contavam, claro, com o que chamam de “componente psicológico da inflação” que é aquele raciocínio simplório de que “já que os preços vão subir eu vou subir meus preços logo”. Esqueceram, porém, que numa economia ativa, onde o poder de compra cresce, aumentando o consumo e criando pressões entre fornecedores e vendedores, essa influência não é tão expressiva quanto num quadro de estagnação. O aquecimento da inflação, como foi demonstrado várias vezes, estava concentrado no setor de alimentos, influenciado por fatores sazonais o menos influenciável pelo “remédio” da alta de juros que propunham.

Os fatos estão confirmando isso. O IPCA-15, uma espécie de prévia da inflação oficial registrou deflaçãode 0,09% em julho, conforme divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho do ano passado, o índice ficou em 0,22%.

Com isso, a variação acumulada nos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,74%, abaixo do registrado nos 12 meses anteriores, 5,06%. Ou seja, contados dois períodos de um ano, a inflação, em lugar de subir, caiu. No ano, a variação acumulada ficou em 3,26%, ainda um pouco acima do mesmo período do ano passado, 2,72%. Mas a tendência é também convergir para uma baixa.

Fica claro, portanto, que crescimento acelerado não é sinônimo de disparada inflacionária. Nem é desculpa para uma política de juros altos e para a volta do pessoal do “Brasil de roda presa”.

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