segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pior que está… fica - 2

De Johanna Nublat, da ‘Folha’:
“Ela é conhecida como a “gordinha do rabecão”. Técnica em necropsia, passa os dias entre recolher corpos de acidentes nas ruas do Distrito Federal e fazer perícia.
Agora, como candidata a deputada distrital pelo PR, Ana Cristina Neves decidiu usar a profissão para chamar atenção. Seu slogan é: “Não seja morto, seja vivo. Vim buscar seu voto, não você”.
“Achei que tinha que ser exótica”, justifica ela.
Neves não é a única candidata a aliar criatividade à profissão nos slogans. “Uma puta deputada”, garante a campanha de Gabriela Leite, prostituta entre os anos 70 e 90. Fundadora da ONG Davida (que atua com prostitutas) e da Daspu, é candidata a deputada federal pelo PV-RJ.
“Sempre gostei do nome “puta”, é muito expressivo. Quando queremos lutar contra o preconceito, não podemos fugir dos nomes de que a sociedade não gosta”, conta Leite. Além disso, a expressão remete à “coisa boa; como uma puta festa”.
A estratégia de unir bandeira com bordão é acertada, defende o antropólogo e cientista político Antônio Flávio Testa, professor da Universidade de Brasília.
“O slogan, quando bem feito, marca a posição do candidato, o vincula a uma causa, ação ou segmento. Ele é lembrado e faz a diferença”, segundo Testa.
Favorito para ser o mais votado do país, o candidato a deputado federal Tiririca (PR-SP) aposta na “metalinguagem”, com o seu “Pior do que tá não fica”, linha próxima da do Palhaço Duda Show (PTC-SP), também em busca de uma vaga na Câmara dos Deputados. “Um a mais tanto faz” é a frase. “Ou eu choco a mídia ou simplesmente não apareço”, diz ele”.

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